Gosto mais de abraço do que beijo. Abraço é mais fácil de ser sincero. Só se
abraça quem é querido. Eu pelo menos só abraço quem eu gosto. Como é agradável
abraçar alguém especial. Os braços se entrelaçam, as bochechas se encostam e
os lábios estampam um largo sorriso. Quando
encontro alguém especial que não vejo há muito tempo, dou um abraço demorado
para dizer que a demora do contato do abraço é parecido com o tamanho da falta
que aquela pessoa fez durante todo o tempo que não a vi.
Beijos são estalos de
cumprimento e como a própria palavra diz, faz parte do cumprimento do
protocolo universal de reconhecimento quando uma das partes é uma mulher. O
abraço tem um ingrediente cada vez menos utilizado atualmente: o
contato físico.
Pela internet pode-se
planejar encontros, chats, bate-papos, mas não há como abraçar quem se gosta. Nem sequer beijar. Não dá para sentir o gosto de um chopp do colega e nem tapar os olhos da pessoa que espera
perguntando: adivinha quem é?
Acredito que o contato
virtual pode facilitar, mas não qualificar uma relação. Hoje em dia há quem faça
terapia on-line e mais interessante ainda: há quem se submenta a esse processo. Seria paradoxal tratar alguém com dependência de internet através de terapia on-line,
não? Seria terapêutico, apropriado?
Internet, telefone,
tecnologia em geral facilita, mas não substitui o contato. Por isso acredito
que o contato pessoal será cada vez mais valorizado. Imagine que utopia: conversar com alguém que se
dedica exclusivamente para aquele momento, sem olhar o computador, o iphone,
tampouco a televisão. Não há meio de
comunicação mais intenso que um olhar e não há contato mais próximo que um
abraço.