segunda-feira, 23 de julho de 2012

O abraço


 Gosto mais de abraço do que beijo.  Abraço é mais fácil de ser sincero. Só se abraça quem é querido. Eu pelo menos só abraço quem eu gosto. Como é agradável abraçar alguém especial. Os braços se entrelaçam, as bochechas se encostam e os lábios estampam um largo sorriso.  Quando encontro alguém especial que não vejo há muito tempo, dou um abraço demorado para dizer que a demora do contato do abraço é parecido com o tamanho da falta que aquela pessoa fez durante todo o tempo que não a vi.

Beijos são estalos de cumprimento e como a própria palavra diz, faz parte do cumprimento do protocolo universal de reconhecimento quando uma das partes é uma mulher. O abraço tem um ingrediente  cada vez menos utilizado atualmente: o contato físico.

Pela internet pode-se planejar encontros, chats, bate-papos, mas não há como abraçar quem se gosta. Nem sequer beijar. Não dá para sentir o gosto de um chopp do colega  e nem tapar os olhos da pessoa que espera perguntando: adivinha quem é?

Acredito que o contato virtual pode facilitar, mas não qualificar uma relação. Hoje em dia há quem faça terapia on-line e mais interessante ainda: há quem se submenta a esse processo. Seria paradoxal tratar alguém com dependência de internet através de terapia on-line, não? Seria terapêutico, apropriado?

Internet, telefone, tecnologia em geral facilita, mas não substitui o contato. Por isso acredito que o contato pessoal será cada vez mais valorizado.  Imagine que utopia: conversar com alguém que se dedica exclusivamente para aquele momento, sem olhar o computador, o iphone, tampouco a televisão.  Não há meio de comunicação mais intenso que um olhar e não há contato mais próximo que um abraço.