quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

O sentido de uma tristeza




O sentido de algo sem sentido
Não se dá no auge da dor de cabeça
Porque quando a dor está na cabeça
O sentido está na dor.

O sentido de algo sem sentido
Não se dá no auge do enjôo
Porque quando o enjôo está dentro
O sentido não está no enjôo.

O sentido de algo sem sentido
Não se dá no auge da tristeza
Por que quando a tristeza está no peito
O sentido está na tristeza.

O sentido de algo sem sentido
Dá-se quando no auge da dor de cabeça
Junto de um interminável enjôo
Acompanhado de uma singela tristeza
Tenho vontade de escrever sobre isso
E achar sentido ou um sentido
De aliviar a dor
Curar o enjôo
Para que a tristeza possa passar.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Nós duas




Não aprendi a falar na infância
Tampouco, coisas tolas
Rir do outro é briga
Rir de mim é tristeza

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Eu




Falar do eu para alguns é constante
Trata-se de pura exibição
Mostrar sua vida intrigante
Em constante transformação

Falar do eu para alguns é fácil
Mostra a ansiedade no coração
Mal pode silenciar
E sentir sua própria tensão

Silenciar suas coisas
Arrumar sua esperança
Limpar seus preconceitos
Conversar como uma criança

Que belo é isto
Perguntar com ingenuidade
Deixar o preconceito criado
Soltar-se sem maturidade

Aprender como uma criança
Perguntar sem maldade
Livrar-se dos jargões
Construídos pela humanidade

Aflorar curiosidade
Dançar com o ritmo das idéias
Saindo do compasso
Errando para uns
Mas criando seu próprio passo

Que belo é o infantil
Sentir e perguntar
É um ouvir sutil
Com vontade de indagar

Viver na imaginação
Criar seu conhecimento
Com aquilo que se sente
Tão distante de todo movimento

O movimento de fora
E o movimento de dentro
Todos diferentes
Criados no seu próprio tempo

Cada passo, um pé
Cada volta, uma perna
Cada tombo, um trauma
Cada erguida, uma força interna

Cada um com sua criança
Seja de oito
Seja de trinta
Com o pensamento solto
Repleto de tinta
Pintar e bordar
Bordar para pintar
Como é belo no humano
A arte de se soltar

Ingenuidade, ingenuidade.
Tu és o que de mais belo existe nessa criança dentro de mim
Talvez por isso sempre acredite
Que consiga conversar com as crianças dos outros.
Mas nem sempre eu consigo
Pois estão mais presos do que soltos.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Medo



O medo é um cão que ladra
Compulsivo e voraz
Querendo só para ele as dúvidas
Não as deixando sair
Mandando que fiquem
Que permaneçam
O medo é um animal egoísta
Mais instinto
Mais solidão
Mais silêncio
O medo é voraz como uma draga
Nem tudo o satisfaz
O medo é insolúvel
Firme e forte
Sobrepõe-se a prova
Aprova o resguardo
Cansa o pensamento
Instigando precauções
O medo não é alegre
O medo não é triste
O medo não permite mais sentimento
Tampouco estado de espírito
O medo é o estado
O medo é o estado sem pais.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Onde mora o amor?




Amizades terminam.
Relacionamentos acabam.
E o amor estava lá.
Mas de repente
A gente sente
O amor ainda está lá.

Onde está o amor das amizades que terminam?
E dos relacionamentos que acabam?
Pessoas mudam.
Pessoas se mudam.
Mas o amor não.

Onde mora o amor então?
No mesmo endereço desconhecido.
Sem numero.
Um lugar meio perdido.
E que não se lembra bem onde fica.
Por conveniência, pura conveniência.